Nos últimos dias, circula nas redes sociais, em grupos de WhatsApp e em algumas plataformas informativas, uma série de publicações que atribuem ao ex-seleccionador nacional Manuel José duras críticas dirigidas a Angola. Entre as declarações amplamente partilhadas estão frases como: «Não volto a trabalhar em Angola nem que fosse para ser Presidente da República. Além do país ser muito desorganizado, tem uma rede sanitária muito deficiente, há muito lixo na cidade de Luanda, tu não consegues respirar».
Alegações como «a Federação Angolana de Futebol (FAF) é das piores do mundo em termos de organização» e críticas à alegada corrupção também estão a ser difundidas como se fossem recentes.
A equipa do Verifica.ao investigou a origem das afirmações e constatou que as mesmas são verdadeiras, mas estão a ser partilhadas fora do contexto temporal.
Estas declarações foram feitas por Manuel José em 23 de Abril de 2021, durante uma entrevista concedida ao programa Desporto Total, da SIC Notícias, e posteriormente difundidas pelo portal Correio do Kianda. Ou seja, embora as palavras pertençam efectivamente ao antigo treinador, elas foram proferidas há cerca de quatro anos, e não são recentes, como muitos utilizadores estão a dar a entender nas redes sociais.
Na entrevista, Manuel José criticou fortemente a organização do país e a gestão da Federação Angolana de Futebol, referindo problemas como a corrupção, a desorganização e condições precárias para os jogadores. Ele afirmou ainda que era “obrigado a convocar jogadores pernas de pau porque eram filhos dos dirigentes“, reforçando a sua decisão de não querer mais trabalhar em Angola.
Manuel José, recorde-se, foi contratado em Maio de 2009 para liderar a selecção nacional no Campeonato Africano das Nações (CAN 2010), mas acabou por abandonar o cargo alegando falta de organização. Com uma carreira marcada por passagens de sucesso em clubes portugueses e egípcios, especialmente no Al-Ahly, é uma figura reconhecida internacionalmente.
As críticas de Manuel José a Angola são verdadeiras, mas não são recentes — foram feitas em 2021 e agora estão a circular fora do seu contexto original.
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