Recentemente, o jornalista Jorge Eurico publicou uma crónica na sua página oficial do Facebook onde afirmou que os “jornalistas angolanos são tidos como inimigos a abater”, acrescentando que “quem mata jornalistas mata a democracia”.
A publicação gerou inquietação entre os internautas, que pediram à equipa do Verifica.ao que analisasse a veracidade da alegação.
A equipa do Verifica.ao investigou e concluiu que a informação é falsa.
O que dizem os dados oficiais e as organizações internacionais
De acordo com informações do Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) e da Repórteres Sem Fronteiras (RSF), não há registos recentes de assassinatos de jornalistas em Angola relacionados com o exercício da profissão.
Os relatórios mais recentes dessas organizações apontam alguns casos pontuais de:
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Assédio ou intimidação de profissionais da comunicação;
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Detenções temporárias;
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Processos judiciais e pressões políticas.
No entanto, não há registo de homicídios de jornalistas em razão da sua actividade profissional.
Contexto: desafios persistem, mas sem casos de homicídio
Embora o ambiente de trabalho para os jornalistas em Angola ainda apresente desafios, como limitações no acesso à informação pública e censura, as fontes internacionais não relatam casos de assassinatos de profissionais da imprensa.
Nos últimos anos, a Repórteres Sem Fronteiras tem colocado Angola em posições gradualmente mais favoráveis no seu índice de liberdade de imprensa, sem mencionar ocorrências de ataques fatais contra jornalistas.
Assim, a ideia de que os jornalistas “são mortos” ou “tratados como inimigos a abater” não encontra suporte nas evidências disponíveis, de acordo com as informações divulgadas por organizações internacionais e fontes independentes.
Conclusão: FALSO
A afirmação de Eurico Jorge de que jornalistas estão a ser assassinados em Angola é falsa.
Os dados mais recentes de organizações internacionais independentes (CPJ e RSF) não apontam qualquer registo de homicídios de jornalistas em Angola nos últimos anos, mas pelo contrário, dão bons indícios no sector.
Fique atento com o Verifica.ao
O Verifica.ao recorda que é fundamental verificar as fontes antes de partilhar informações nas redes sociais.
Em tempos de desinformação crescente, afirmações sensacionalistas e sem base factual podem distorcer a realidade e contribuir para um clima de medo ou desconfiança injustificada.
Continuamos comprometidos em combater a desinformação e em garantir que os cidadãos tenham acesso a informação precisa, confiável e verificada.
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